Não vou
bancar a ingênua e dizer que sei tudo, que estou com o plano todo na cabeça,
que “agora vai”, porque seria ridículo. Não precisa muita inteligência nem
habilidade de observação para perceber que eu estou tremendo de medo.
Essa
música que desde que começou a tocar eu não consegui decidir se é lenta ou
rápida. Esse cara dizendo “no, don’t be a silly girl” parece estar falando
comigo e eu fico confusa se devo responder ou só aceitar o conselho. Eu não
quero ser boba, mas a julgar pelo meu espanto e pela cara ridícula que eu devo
estar fazendo agora, não tem adjetivo melhor.
Me
surgem perguntas mais ingênuas e ridículas do que o meu próprio comportamento.
Você é uma perfeição estranha, daquelas que a gente duvida que se contarem a
gente dá risada. É quase proibido procurar as tuas falhas.
Então a
cena congela, eu me perco alucinada sobre como deve ser a sensação e a música
acaba de recomeçar. É um repeat torturante do mesmo som hipnótico, com a mesma
paisagem atordoante e o mesmo medo do início. Eu devo ser a moça mais ingênua
que já sentou aqui. Com certeza sou, seu olhar não mente. É por isso que eu
estou aqui.
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